Como escolher uma psicóloga?
Essa é uma pergunta com uma resposta muito complexa, mas vamos tentar: Eu poderia lhes responder falando que você pode pedir indicações de amigos, jogar no Google ou redes sociais e ver dentre tantas possibilidades qual teria um perfil que mais lhe agrada. Olhar no Lattes ou Linkedin quem desenvolve um trabalho profissional que você imagina que possa lhe ajudar, também pode ser um caminho.
Mas no final é tudo suposição, não tem receita pronta de qual psicólogo/psicóloga seria ideal. Justamente por causa desse ponto: a idealização. Idealiza-se que seja um profissional que irá acolher e atender as suas demandas, que irá corresponder exatamente ao que você viu pelo Instagram ou Curriculum Lattes. Ir na primeira consulta pode desmantelar todas essas idealizações e nem todas pessoas darão conta de suportar e voltar para uma segunda sessão, por não conseguirem lidar com o psicólogo real. A partir do momento que você entende essas imperfeições, mas acredita que ainda assim aquela psicóloga pode te ajudar e confia na maneira como ela conduz o trabalho, assim será possível voltar para as demais sessões.
Quando você escolhe o psicólogo ou psicanalista através de indicações de conhecidos, também pode ocorrer dificuldades com a idealização. Isto porque a análise ocorre quando há transferência, e isso é individual e único. Talvez dois amigos que se consultem com o mesmo profissional tenham duas percepções distintas, justamente por se tratarem de dois sujeitos diferentes.
Enfim, escolher um psicólogo não é como qualquer outro profissional da saúde. É importante ter afinidade, transferência ou “química” para que seja possível a realização do trabalho analítico. Às vezes não será a primeira psicóloga que fará você se sentir à vontade e tudo bem. Procure algum outro e tente de novo. Mas é importante ter em vista alguns pontos: Será que eu não gostei dela? Será que não gostei da abordagem dela? Ou será que pode ser resistência e no fundo estou me sabotando para não ter que lidar com as minhas questões? Refletir sobre tantos serás pode ajudar e facilitar na sua busca por um profissional seguinte.
Quando o profissional trabalha amparado pelo Código de Ética, não existe a questão de ser bom ou ruim, existe apenas o que deu certo ou não para você. Só não desista, e tenha certeza: não existe autoajuda, autoanálise ou conversa de bar que vai resolver problemas psicológicos.
* Rayssa Karla Dourado Porto - Psicóloga CRP18/02443
